Conversas quase vadias II - Dinossauro HT - I

Conversas quase vadias surge da necessidade, que dois ou três utilizadores de hattrick levantaram sobre a falta de um espaço de expressão na comunidade nacional um espaço de dialogo livre sem temas tabus a semelhança das conversas originais "Por vezes críticas, por vezes divertidas, mas sem dúvida sempre abertas, francas e extremamente informativas, as Conversas Vadias mostram-se em muitas ocasiões admiravelmente atuais." Fica a homenagem a figura incontornável de Agostinho da Silva.

Hoje para a conversa chama-nos um nome quase tão antigo como o próprio HT nacional, zedobone (133657), utilizador por de traz do Vitória FFC (81773), completa hoje 13 anos e de jogo o que faz dele um dos mais antigos utilizadores ainda em jogo e com os seus 52 anos será um dois mais velhos a jogar HT em portugal um verdadeiro Dinossauro.

Discute-se aqui: (16866804.1)

Afinal quem é o zé que se esconde por de traz do boné?

Bom dia!

Sou o Zé do Boné, aka zedobone, 52 anos, casado, sem filhos, mas já mudei duas vezes de estado civil desde que jogo HT. Trabalho na Função Pública e, ao contrário do Mestre Pedroto, nunca disse que "vão saber o que se esconde debaixo deste boné!"

Bem se ainda te lembras partilha o que é que fez um homem de 39 anos começar a jogar HT? E o que é que faz um homem de 52 anos continuar a jogar?

Foi o filho de uma colega de trabalho que me falou do jogo e não perdi tempo: inscrevi-me nesse mesmo dia. Sempre tinha gostado de jogos do género e rapidamente percebi que o timing do HT é o ideal para quem já tem "vida" lá fora: só tens 2 jogos competitivos por semana e consegues manter uma equipa em evolução com apenas alguns logins.

A principal razão para ainda me manter por cá é, sem dúvida, a rede de amizades que fui criando. Logo em 2003 comecei a organizar uma competição internacional de amigáveis (inicialmente chamada TIM) que, nos tempos aúreos, chegou a ter mais de 150 utilizadores numa mesma época. Além disso, ainda mantenho algum interesse na parte competitiva do jogo, em especial depois de ter tido a possibilidade de construir um novo clube de raiz, o VDFC (2021211)!

Bem tenho aqui uma resposta que abre a porta a vários temas que pretendo abordar, vou tentar não perder o fio condutor;
Para quem ainda não foi ver eu deixo a informação, és o 8º utilizador mais antigo do HT nacional, imagino que te tenhas cruzado com muitos dos outros nomes históricos do HT nacional, quererás apontar alguém que te tenha marcado, pela positiva ou pela negativa?

Felizmente não tenho ninguém para realçar pelo lado negativo, também porque sempre procurei manter-me afastado de situações menos agradáveis. O HT é apenas um jogo e só faz sentido num ambiente positivo pelo que é melhor não dar importância.

No início havia poucos utilizadores, e era normal defrontar ou manter contacto com os grandes nomes da época. Só quero destacar o Toxicity (70000), até porque anda (ou andou) de novo por aí, representando todos os que me ajudaram a ter uma experiência positiva no HT! Mas ninguém pode substituir aqueles familiares ou amigos com quem discutes pessoalmente o resultado de um jogo ou a carreira do clube!

Pegando nas tuas palavras, "no início havia poucos utilizadores", passante por essa fase onde deviam ser umas centenas, passaste pela fase de crescimento, jogas-te na fase dourada com 1 milhão de utilizadores, 10 divisões em portugal e agora tens vivido a queda acentuada de utilizadores, queres deixar-nos a tua opinião pessoal para os motivos do abandono de utilizadores e fazeres um pouco de futurologia e dizeres-nos onde vês o jogo daqui a 5 anos?

Mesmo não sendo pessimista profissional vejo com alguma preocupação a constante diminuição do número de utilizadores, não porque isso ponha em causa a jogabilidade (é mais interessante ter muitos utilizadores, mas podes manter uma competição de algum nível com poucas centenas de equipas por país), mas porque a redução do número dos utilizadores pagantes pode levar ao esvaziamento financeiro da organização que tutela o HT e mesmo ao seu encerramento.

Sem dotes de Zandinga, podemos tentar prever o futuro do HT se conseguirmos descobrir os principais eixos que vão influenciar a sua evolução. Seria um bom exercício cada um de nós; procurar esses eixos e pensar sobre isso. A mim, parece-me que a adaptação à evolução tecnológica (o reino dos PCs já foi) pode ser o factor externo fundamental, enquanto retenção de novos utilizadores, dependente da jogabilidade que lhes é oferecida, me parece decisiva a nível interno.
Assim, o HT poderá ainda ter um futuro brilhante se chegar ao top nos novos "brinquedos" tecnológicos e conseguir aumentar consideravelmente a taxa de retenção de novos utilizadores. Nos últimos tempos temos visto algumas timidas investidas nesse sentido, seja com o programa oficial de mentores ou com a multiplicação de aplicações para as novas plataformas, mas não me parece suficiente para corrigir uma política de preços suicida.

Já no inicio de conversa deixas-te a porta aberta sobre uma competição internacional de amigáveis, contou-me um passarinho que será a mais antiga competição do género no HT (/Club/Announcements/View.aspx?teamId=81773&messageId=35753980), quererás falar um pouco da historia da mesma, e do prazer tens, ou não em a organizar, e já agora aproveita para publicitar a mesma.

Quando cheguei ao HT comecei a convidar familiares e amigos. Na minha segunda época já jogávamos um torneio quadrangular entre nós e a primeira final do TIM demonstra bem o nível das equipas: (4960074)! :)

Um ano depois a taça internacionalizou-se e a evolução das regras conduziu a uma Liga com várias taças incluidas, caracterizada pela responsabilidade de cada um marcar o seu amigável e pela liberdade quase total dos participantes para escolher os seus objectivos e os seus adversários. Este modelo foi útil responder à febre das bandeiras e continuou a permitir a equipas jovens defrontar equipas de topo nos amigáveis (incluindo vencedores de taças nacionais, equipas de I liga de grandes países e seleccionadores nacionais).

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Já com o nome de GTIM, depois da fusão com uma fed de origem francesa, a liga continuou a crescer, muito pela ajuda do Mikalo (1761240). Já era necessária uma fase de qualificação para participar nas taças e, para manter um formato internacional, tinhamos mesmo de limitar o número de equipas por país, em especial as portuguesas e as francesas. Por isso nunca fizemos qualquer publicidade a nível nacional e só tivemos uma thread na global.

(http://hattrickunited.org/gtimleague/2011/07/11/29-gtim-league-2/)

Após muitas épocas de grande participação tornou-se impossível manter o nível de organização com tantos participantes. Agora, todos os jogos de meio da semana são válidos. Apenas alguns membros continuam a discutir as já tradicionais taças de final de temporada, mas a lista de participantes para esta temporada ainda conta com 100 membros.

(http://clientes.netvisao.pt/nv163717/nationalranking.html)

Após tantas épocas era natural que a vontade de manter este tipo de organização se fosse esbatendo. Não recebemos novos membros, mas há utilizadores que continuam a marcar jogos entre si, alguns deles já transformados em verdadeiros clássicos. Assim, o GTIM continua em acção, mesmo que em soft-mode, pelo menos enquanto se mantiverem duas equipas interessadas em disputar uma final!

Claro que este tipo de organização dá demasiado trabalho. É um problema quando tens outras coisas para fazer, ou seja, quase sempre. Mas é muito interessante contactar com utilizadores dos mais diversos cantos do Mundo. Recebes, muitas vezes, um retorno muito gratificiante e desenvolves relações de amizade com pessoas muito diferentes.

Da minha parte, e mantendo a isenção que o papel de entrevistador obriga só posso dizer fantástico.
A análise da carreira desportiva do Vitória FFC, não era, e continua a não ser o objectivo da entrevista, mas vou ter que colocar uma questão sobre os sucessos desportivos, ou falta deles, porque espero poder partir dessa resposta e da analise que deixas-te da GTIM para uma reflexão pessoal, ao bom estilo do Agostinho da Silva.
Apesar dos 13 anos de existência, o Vitória FFC sempre esteve afastado das grandes decisões competitivas, terás de concordar que aos olhos de 99% dos utilizadores nacionais o Vitória FFC não passa de um desconhecido e não lhe será atribuído sucesso desportivo, terá como momento mais alto a vitoria de uma III divisão na distante 8ª época, acrescento também que em abono dessa carreira estará o facto de ser a única equipa do HT nacional que nunca desceu da V divisão, gostava contudo que esta analise da carreira desportiva, assim como das ambições para o futuro nós seja descrita nas tuas próprias palavras.

A carreira desportiva do VFFC passou por diversas fases, consoante o interesse e o tempo disponível, e é muito bem-vinda à conversa!

É verdade que nunca mais repeti a entrada promissora, com uma subida da V à II em 4 épocas, mas tive quase sempre o prazer de disputar ligas competitivas e interessantes. Apesar de nunca ter atingido uma divisão de topo posso garantir que estou satisfeito; são já mais de 250 jogos na III e quase 300 na taça, em que nunca apostei e onde apenas uma vez atingi os oitavos de final.

Há várias razões que justificam a ausência dos grandes palcos e uma parte delas são externas à competição em si: em tantos anos há tempos de menor disponibilidade ou falta de vontade para investir na equipa. Outro factor será alguma falta de presença no mercado de transferências, que não me atrai particularmente, e que conduz a uma tendência para construir planteis a longo prazo e, por vezes, a algumas dificuldades financeiras. Mas esse não é o factor decisivo, pois também já passei por períodos de abundância, como quando os últimos planteis verdadeiramente competitivos do VFFC jogaram 9 épocas consecutivas na III.4, quase sempre disputando os primeiros lugares.

Mas, essencialmente, acho que tem muito a ver com uma abordagem da competição a longo prazo, bastante conservadora, em que raramente troquei a competitividade futura por uma vitória imediata. E, acima de tudo, pelas minhas limitações e pelas qualidades dos adversários que tenho de defrontar, mas nunca por culpa dos árbitros ou, no nosso caso, do random! É verdade que ele existe, e é mesmo a base do HT, mas aparece mais vezes quando lhe damos hipóteses para isso.

Para os interessados a toda a entrevista aqui (16866804.1)
A segunda parte será editada em breve...
Até já

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