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Um sistema padrão para as selecções nacionais.

A premissa base deste artigo é que as selecções nacionais usam jogadores multiskill que podem optimizar os ratings totais da equipa (já que não há as mesmas restrições de treino que vimos nas equipas). Vou explicar como esses jogadores são combinados para explorarem ao máximo as suas contribuições, e para ajudar a compreender como se apoiam uns aos outros. Também quero explicar como a simples mudança de treinador cria variabilidade táctica. A teoria sugeria é baseada no facto da maioria das equipas presentes nas fases finais dos Mundiais usualmente usarem os princípios aqui descritos.

Este sistema padrão é usualmente conhecido como ercanto, Jestar ou por outros nomes. É um modelo muito bem conhecido, esmiuçado e discutido profundamente pelos maiores mestres tácticos do Hattrick. Este artigo pretende dar uma ajuda a treinadores com menos experiência, para lhes mostrar como, sem grande engenho táctico, e apenas com bom planeamento, senso comum e seguindo os princípios que vou descrever, uma selecção média-baixa como a Eslovénia (com menos de 4000 utilizadores activos) foi capaz de ganhar uma medalha de prata num Mundial.

Nota de rodapé 1: este artigo é direccionado a selecções AA, mas a maioria dos conceitos pode ser aplicado a selecções U20.

Nota de rodapé 2: apenas sou o tradutor (livre) do artigo, vejam o original esloveno, publicado pelo artod, aqui: (16168)

Como jogar o jogo? Como desafiar tacticamente os melhores jogadores do Mundo? A maior parte das vezes é mais fácil do que pensas, e são os pequenos detalhes que fazem a diferença.

Desde há alguns anos que a filosofia do HT é a criação de multiskills. A evolução da mecânica de jogo (velocidade de treino, quedas de skill, etc.) implementada pelos devs incluiu o objectivo de baixar a importância relativa da mainskill e consequentemente beneficiar o impacto das características secundárias. Sabendo de antemão que as slecções nacionais usam os melhores jogadores, não é surpreendente descobrir que estão cheias de jogadores multiskill, isto é, jogadores treinados em duas, três ou mesmo quatro características (como alguns alas).

O que acontece quando jogamos com estes multiskill?

As características de cada jogador contribuem para o rating final de cada equipa consoante a sua posição e ordem individual. Num todo, a perda de main skill dum jogador pode ser compensada pelo treino maior treino de características secundárias noutras posições (p.e. a perda de treino num ala pode ser compensada pelo treino de ala num defesa lateral, passe no médio do mesmo lado e pelas características de todos os avançados).

Como consequência, isto significa que a maioria das selecções prefere utilizar jogadores que proporcionem maior contribuição total que aqueles que somente oferecem a maior mainskill. P.e. se jogarmos com um médio sem ala a ala a descair para o meio o nosso ataque lateral será significativamente mais baixo. Se usarmos um médio mágico ao invés dum ala com titânico de criatividade, ganhamos 2% de posse de bola, mas perdemos, quase de certeza, todas as hipóteses de marcar por esse lado. Na maioria dos casos escolher main desta forma simplesmente não vale a pena (já que as nossas chances de vencer o jogo não iriam melhorar, bem como não certamente não nos daria grande diferença em golos nos jogos que já esperávamos vencer à partida). Se tivermos em consideração que a maioria das selecções joga com jogadores com duas skill altas quer a ala, quer a criatividade, fica claro que na maioria dos casos vale a pena jogar com alas multiskill (embora haja excepções à regra que não irei discutir neste artigo).

E o meio campo?

No HT o meio campo manda, e podemos confirmar isso se olharmos às selecções que habitualmente vão longe nos Mundiais. Isso não significa que não se possa jogar em CA, mas a táctica aparenta ser menos eficaz que a nível das equipas, em parte porque se pode mudar o treinador até ao último minuto, tornando o adversário mais imprevisível, e porque é difícil ter boa defesa e bom ataque ao mesmo tempo.

As selecções estão cada vez mais equilibradas, pelo que é cada vez mais difícil conseguir ratings de defesa suficientemente altos sem usar treinador defensivo, mas dessa forma baixamos os ratings de ataque e as chances de converter os CA. Desta forma vamos acabar por jogar com 3 inners e 2 alas, excepto se considerarmos um CA sem posse de bola.

Como é que uma equipa multiskill ajuda a defesa?

Já que jogamos quase sempre com alas, não devemos querer sacrificar o ataque lateral. Os defesas laterais dão a sua maior contribuição quando jogam a normal, pelo que a escolha normal é usar ambos nesse posicionamento. Isto pode deixar um buraco na defesa central, mas havendo os jogadores certos (médios com defesa, p.e.) não deve haver problema. Além disso o ataque central adversário começa a nunca representar grande preocupação.

E o ataque?

O ataque está assente nos TDF, jogadores treinados em passe, finalização e criatividade. A maioria das selecções tem TDFs com um total de 30-33 pontos na soma de criatividade e passe sendo que a finalização não costuma passar de genial. TDFs são muito importantes dado o seu enorme contributo para o meio, e porque jogar em CA não costuma ser uma primeira escolha. Avançados em configuração normal não contribuem para o meio e, acrescento, um TDF bem treinado tem passe alto para providenciar grandes contribuições para o ataque lateral e já começa também a ter algum treino de ala, o que mata dois coelhos com uma cajadada, desta forma a maneira habitual da nossa equipa padrão jogar é em ataque pelas alas.

Qual a formação ideal?

A formação eslovena padrão envolve três médios "normais" (para maximizar a contribuição para o meio), dois alas com muita criatividade (a normal ou ofensivo), 2 TDF, dois defesas laterais normais e um defesa central normal. Este lineup produz um meio campo consistente, defesas muito interessantes e ataques laterais ainda úteis. Mudando o treinador para defensivo ficamos com uma defesa difícil de bater, mudando para ofensivo ficamos com ataque para quase todas as defesas. Adicionando-lhe alguma versatilidade dentro dos TDF alas ou defesas laterais podemos optar por mais meio, mais defesa ou mais ataque mesmo sem mexer no treinador, mas a escolha da mentalidade do treinador acaba por ser a maior mexida táctica que fazemos, porque é a acção que consegue maior mexida nos ratings. Esta formação padrão é o nosso ponto de partida na preparação de cada jogo (há excepções, como quando enfrentamos adversário muito fortes ou muito fracos).

Qualquer sistema oferece variações, e este não é excepção. O 352 padrão é muito equilibrado, mas se quisermos jogar de forma mais ofensiva ou mais defensiva temos outras opções.

Lineups mais defensivos

Variações defensivas dentro desta formação requerem treinador defensivo ou equilibrado. A primeira opção é usarmos os nosso alas reais (não médios convencionais) a descair para o meio. Desta forma ficamos com duas laterais algo baixas mas ainda conseguimos marcar e, ao mesmo tempo, maximizamos o meio. Outra opção é o 451. Usualmente envolve dois defesas centrais a descair para as alas, dados os habitualmente fracos ataques centrais. É possível usar CA com dois alas ofensivos, ou a normal se a oportunidade se proporcionar. No ataque podemos usar somente um TDF ou um avançado descair para a ala. Por vezes podemos usar médios a descair para a ala se tiver ala e passe suficientes para a sua contribuição para o ataque lateral valer a pena.

Lineups mais ofensivos

Usados quando há que atacar a qualquer custo, ou quando nos podemos dar ao luxo de abdicar de meio ou defesa para optimizar ratings ofensivos. Também possível quando podemos dar Normal contra um adversário em PIC, ou quando temos maior EE ou simplesmente porque somos claramente mais fortes que o adversário (neste último caso o ercanto nem deverá ser a melhor opção, mas sim alguma outra mais ofensiva).

Estes cenários costumam vir acompanhados de treinador ofensivo, mas pode ser suficiente um treinador equilibrado.

Devemos optar por alas a ofensivo (ou a normal se os TDF oferecerem bons ratings de ataque lateral), defesas laterais a normal e qualquer 253 abdicará de defesa central, visto que dificilmente recuperaremos a contribuição do lateral para o ataque.
Se não esperarmos que o adversário monte uma táctica muito defensiva (mais que um 352 com treinador defensivo) poderemos optar por abdicar dum TDF por um avançado normal (especialmente se tiver ala elevada). Este avançado irá providenciar mais ataque lateral que um segundo TDF e também ajuda no ataque central, de forma que pode criar chances reais de teres algum golo por lá (um incremento que pode ser de 15%). Não queremos estar somente dependentes do ataque lateral. Em 352 podemos inclusive colocar os médios a ofensivo, para aumentar os ratings de ataque central, já que a nossa defesa central deverá estar segura se usarmos um defesa central.

Ainda mais ofensivo é o 253 e suas permutações. Começando pelos médios: espera-se que qualquer 253 use médios a ofensivo, mas isso nem sempre é o mais indicado. Já que deixámos um buraco na defesa central ao prescindir do defesa, usamos médios com treino a defesa para compensar essa perda para tornar esta formação mais interessante. Claro que qualquer médio com grande treino de passe contribuirá imenso para os ratings ofensivos, desde que se possa prescindir de algum rating de meio campo. No ataque podemos escolher usar dois ou três TDF sendo os restantes avançados normais. Jogar com 3 avançados normais só deverá ser possível contra selecções muito fracas.
Escolher o número de TDFs depende essencialmente do meio campo que queremos ter e da existência de bons TDF, claro. Ter mais ataque central dá-nos mais chance de marcarmos pelo centro, mas menos posse, logo menos oportunidades de golo para converter. Encontrar o ponto de equilíbrio entre a posse de bola e ratings ofensivos é sempre essencial.

Lineups mais ofensivos podem também aproveitar médios para serem usados a descair para a ala, especialmente se esperarmos ratings defensivos muito altos e tivermos de optimizar o nosso ataque lateral ao máximo. A perda de meio é relativamente pequena e o incremento do ataque lateral depende sempre do treino dado ao jogador em questão. Com o jogador certo (p.e. médio mitico/mágico - ala titânico/mítico - passe superior a fenomenal) a escolha de colocar o jogador a descair para a ala pode ser fundamental.

Para concluir

Este sistema padrão (Ercanto) é usado pela grande maioria das médias ou grandes selecções, incluindo a Eslovénia. Estas selecções usam quase sempre esta formação quando se confrontam, sendo a alternativa usual o CA extremo. Treinadores destas selecções também costumam ter de enfrentar outras formações, maioritariamente usadas por piores selecções, como o 550 que procura o empate, 451 com somente um ataque lateral ou 541 CA, mas falaremos disso, eventualmente, noutro artigo...




Discutido nos fóruns aqui: (16807006.1)

2015-05-07 11:23:40, 2322 views

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